Pratico yoga há mais de quatro anos e nunca precisei de mais do que o corpo e uma toalha, mas as coisas mudaram. Lisboa está uma cidade impossível, e vejo aproximar-se o dia em que vou precisar de colocar as pernas no pescoço enquanto entrelaço os braços nas costas e serenamente respiro tal é a quantidade de turistas em todo o lado. Já não basta ficar em
tadasana, que é como quem diz "de pé", há que usar de criatividade para driblar turistas na rua, esperar em filas intermináveis nos supermercados ou encaixarmo-nos em um elétrico, e respirar. Por isso, artilhei-me dos básicos do yoga para levar a coisa a sério. Tapete,
check, toalha antiderrapante,
check, bloco,
check, banda elástica, check. E já me vejo no elétrico ou no metro em
Adho Mukha Svanasana, ou seja de pés e mãos no chão e rabo para o ar, com a mala do turista entre o corpo, ou na fila do super em
Uthkatasana, que é como se estivesse sentado no vazio. Tudo isto em total serenidade, enquanto respiro, e se alguém me perguntar se está tudo bem, sorrirei e mandá-los-ei "Namasté".
[ escrito pelo M. ]
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